quarta-feira, novembro 28, 2007

Sei

Posso ver nos seus olhos que você andou chorando.


Sei, pelas olheiras, que você andou crescendo.


Conheço seus medos, seus planos, seus desejos mais secretos. Vi as estratégias que usou pra conseguir o que queria. Sorri quando deram certo.


Sei das culpas que a torturam, das mágoas que a atormentam, do seu esforço pra se livrar disso tudo.


Lembro a cara de cada pessoa que a fez chorar. Conheço os homens que a usaram, e também os que a amaram.


Sei dos seus sacrifícios. Sei o quanto você fala e o quanto cala. Escuto sempre que você grita em silêncio.


Sinto as suas saudades.


Sei de tudo, porque seco suas lágrimas no meu travesseiro. Porque arranco seus cabelos brancos e abro o pote de Renew. Porque são minhas pernas que a erguem todos os dias, quando você quer continuar na cama.


Sei de tudo, porque engulo o seu choro. Aceno sua cabeça afirmativamente e forço seu sorriso quando você quer xingar. Sinto a dor de quando você obedece, querendo fugir.


E sei também que essas coisas contidas se transformam em piadas que nunca têm graça pra você. E que, pra compensar o aperto no peito, você diz o que não deve e agride sem querer.


Eu sei e você sabe que, no fim das contas, é só comigo que você pode contar mesmo.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Coisas que me irritam (4ª parte)


Operadores de telemarketing e teleatendentes. Dados muito confiáveis de pesquisas imaginárias apontam: operadores de telemarketing e teleatendentes são os profissionais mais odiados do Brasil, tendo há muito tempo ultrapassado os técnicos de informática, porteiros de boates, políticos, árbitros de futebol, jovens que arremessam panfletos quando as pessoas param no semáforo, guardas de trânsito, dentistas e até mesmo os advogados. Toda vez que preciso entrar em contato com o serviço de atendimento de uma empresa, seja para solicitar informações, suporte técnico, informar pagamento ou o que for, deparo-me com o espetáculo da ignorância. Depois de teclar 2 para isso, 4 para aquilo, 9 para voltar ao menu inicial, 666 para contatar a gerência, 5 para gritar “kill me, kill me now, please”, eventualmente consigo falar com um ser humano (será?). A maioria das criaturas parvas que atendem a ligação não têm muita noção de como funciona a empresa que “terceiriza” a empresa que “quarteriza” a empresa que “quinteriza” a empresa que a contratou.

Tanto pior é quando estou em casa bem tranqüila e alguém ao telefone pede para falar com a Sra. Oksana. Ih, chamou de Sra., só pode ser o rebento de uma meretriz me azucrinando para pagar uma conta ou um execrado que tentou negociar a alma com o Demo e foi recusado, e que pretende me vender algum produto ou serviço inútil por telefone, ou ainda pedir uma doação. Imaginem o que é para uma pessoa com o nome incomum como o meu. Às vezes minha mãe atende ao telefone e passa para mim dizendo que pediram pra falar com o Sr. Ozama. Ai, se Bush me descobre. Ou chamam a Sra. Okasawa, e outras coisas do gênero.
Isso tudo sem contar que foi essa maldita raça insolente que disseminou a praga do gerundismo. “Só um momento que eu vou estar transferindo para a pessoa responsável”. Quer dizer que eu passei todo esse tempo contando a minha vida pra pessoa irresponsável? “Só mais um momento, Sra. Oquizana, que eu vou estar passando para o setor competente”. Filha de uma rameira, porque não avisou logo que o seu setor era incompetente? “Só mais um instante, por favor, que eu vou estar fazendo o registro pra que o sinal esteja sendo religado. A Sra. quer estar anotando o número do protocolo?” NÃO, EU QUERO ESTAR SEGURANDO SUA CABEÇA SOB A ÁGUA DA PRIVADA PARA PODER ESTAR VENDO VOCÊ ESTAR SUFOCANDO ATÉ ESTAR OUVINDO VOCÊ ESTAR EMITINDO O ÚLTIMO BLUP! Ai, ai, pronto, pronto, passou.

Abordagens grotescas. Inclui-se aqui toda sorte de cantadas toscas e os comentários asquerosos pelos quais os pedreiros e caminhoneiros levam a fama, o que constitui profunda injustiça para com tantos homens de todas as idades e todas as classes profissionais. Muitas vezes já ouvi de aparentemente respeitáveis senhores, vestindo terno e gravata em carros de luxo, palavras de tão baixo calão que não ouso repeti-las, nem sequer em momentos de grande empolgação e desenvoltura no campo da sacanagem. Aqui também são inseridos gestos praticamente irresistíveis, como passar os dedos sujos entre meus cabelos macios, segurar minha mão com força enquanto eu tento me afastar ou encostar a pata em qualquer parte do meu corpo sem autorização. Sempre tento imaginar qual é o resultado que o imbecil pensa que vai conseguir. Talvez acredite que, ao gritar algo como: “Gostosa, que vontade de $&;¨#@ esses #%$$*&; e %$@%& você todinha”, eu retorne e diga: “Sério, diliça? Então vamos!”. Quem sabe imagine que, ao invés de escapar como posso da mão pegajosa que tenta me arrancar os cabelos, eu vire e meta um beijo na boca do ignorante. Irritante é pouco pra definir esse tipo de comportamento.

A moda desse ano. Tendências da moda são sempre uma coisa irritante. Tem vezes em que uma coisa que você adora, que sempre usou na vida, que é praticamente uma marca pessoal, cai no gosto dos estilistas. Pronto, 28 mulheres sem estilo e sem personalidade em cada esquina estarão vestindo, calçando ou usando a mesma coisa que você. Ódio. E tem também situações em que as vitrines querem te meter goela abaixo uma coisa grotesca. Você jura que nunca vai usar. Mas o apelo da mídia é grande, suas amigas todas usam, quando você percebe, já não acha mais tão absurdo. De repente é aceitável, e um tempo depois, absolutamente necessário, você simplesmente não entende como passou tanto tempo da sua vida sem ter uma confortável bota que parece uma perna de Frankenstein. Ok, confesso, aconteceu comigo.

Mas as tendências desse ano, pra mim, estão particularmente insuportáveis. Todo mundo deve saber que quem dita as regras da moda e decide o que devemos ou não devemos usar é um seleto grupo de pessoas (mui provavelmente parisienses) que não gosta de mulher. É evidente. Se mulheres definissem a moda, fazer depilação já estaria out há muitas e muitas estações. Por outro lado, se fossem homens heterossexuais, as modelos seriam gostosonas, peitudas, bundudas, jamais anoréxicas, e as vitrines estariam abarrotadas de micro-shorts, micro-saias, micro-tops... As roupas seriam como os aparelhos celulares: a cada ano seriam lançados modelos menores. Mas não. Quem cuida disso é uma organização secreta de bibas más que, numa espécie de concílio herege, decide como tornar as mulheres menos atraentes. Foram essas frutas malévolas que já nos fizeram usar calças de brim em tons pastéis, depois, mais revoltadas, fatigaram nossas retinas com peças em cores fluorescentes, por pura maldade. Foram elas que já maltrataram nossa geração ou as de nossas antepassadas com mangas bufantes, ombreiras, calças semi-bags e outras aberrações. Mas agora, elas apelaram. Ressuscitar os anos 80? Golpe muito, muito baixo.

Um breve passeio pelo shopping me fez concluir que os sapatos são todos de verniz e brilham mais que a luz do sol, aquelas estampas geométricas que minha mãe usava estão por toda parte, a cintura alta está voltando, as blusas parecem balões, e dentro de cada uma cabem cerca de 3 mulheres (grandes), as fábricas de lurex foram reativadas, muitas e muitas peças são feitas em paetês, com pequenos detalhes em tecido. Nada mais tem decote. Nada de tecidos justos que realcem as formas femininas. Somos todas balões. Ah, as bolsas têm capacidade para 200 litros (por que não colocam logo rodinhas nessas coisas?). Vi um macacão jeans numa loja, quase chorei. Por que isso? Não podíamos ter parado no decote canoa, nos óculos ray-ban e nas mangas morcego? Já estou até vendo a volta das calças fuseau com pezinho. Diga adeus à sua escova progressiva, ano que vem você vai fazer permanente e repicar o cabelo. Leve uma foto da Cláudia Raia em Roque Santeiro pro salão e explique pro cabeleireiro: "quero igualzinho".

Miguxês. QM NAum axXxaH AbSOlUTaMeNTi AdoRavEu EXXaH fOrmah DI AXXaXXINIu dAH LInguAh pOrtuGUEzAH??!?!

Tradução: Quem não acha absolutamente adorável essa forma de assassínio da Língua Portuguesa? By Miguxeitor.

Ai, meu estômago.

BeijInHuxXx

quarta-feira, novembro 14, 2007

Coisas que me irritam (3ª parte)


Adivinha só? Sim, a terceira parte também ficou imensa. Logo publico a 4ª. Vou mudar o nome do blog para "Coisas que me irritam".

Gente que faz drama. A dramatização constante é um comportamento mais comum em mulheres. Talvez por isso mesmo seja ainda mais irritante em homens. Eu faço drama às vezes, mas procuro evitar que o resto do mundo saiba. Todavia, é assim, coisa passageira, discreta, contida. E não falo aqui de tristezas justificáveis. Claro que estendo a mão e ofereço o ombro quando o motivo é real e a reação é proporcional. Só não tenho paciência pra draminhas diários, comportamentos infantis, chantagens emocionais, gente que bate o pé, faz bico, ameaça chorar pra tentar me convencer a fazer o que eu não quero, que exige mais atenção do que oferece, que nunca telefona e vive reclamando porque eu não liguei, que acha que qualquer dor de cabeça é um tumor no cérebro, que se considera vítima de tudo (do sistema, do preconceito, da sociedade, de traumas de infância, de influências espirituais, da proximidade de um suposto cataclismo)... Gente chata!

Shelley Duvall em “O Iluminado”. The Shining é um clássico do terror psicológico, e tem Jack Nicholson no papel principal, o que já é suficiente pra eu adorar o filme. Mas a esposa do Jack, a maldita Wendy, é insuportável! Aposto que eu não fui a única que torceu pra que Jack conseguisse estripá-la, de tão irritante que é a criatura! A voz, estridente, absurdamente aguda. A presença, inconveniente, desagradável. Os olhos, ora caídos, ora arregalados. As caretas de medo/desespero, caricaturais. Mas o que mais me irrita é o jeito que ela corre, com os braços balançando! What the fuck, Wendy? Onde ela pensa que vai daquele jeito? E quando ela entala na janela, repetidas vezes, e não consegue se convencer de que é impossível passar por ali? É nessa hora que eu tenho vontade de gritar: “Morra, Wendy, morra! Vá, Jack, acabe com ela! Decepe esses bracinhos com o machado! Corte essa desgraçada ao meio e faça cessar esses gritinhos!”

Cocô na casa do Pedrinho. Confesse. Você também tem raiva do garotinho. “Mãe, eu quero fazer cocô!”. A mãe: “Tá bom, vamos, filho!”. É aí que o moleque, com o dedinho indicador em riste, afirma categoricamente que só vai cagar na casa do Ped-erinho (o guri tem um pequeno problema de dicção). Não entendo porque ele está com a mochilinha nas costas, o que será que ele vai levar pro banheiro do Pedrinho? Mas o que mais me intriga é o que leva uma mãe a permitir que seu rebento seja utilizado numa campanha publicitária de mau gosto que o deixará estigmatizado por toda a vida. Imagine na escola, toda vez que o menino ergue a mão e pede pra sair da sala. Aposto que os coleguinhas devem fazer uma algazarra dizendo que ele vai fazer cocô na casa do Pedrinho. No amigo secreto, provavelmente vai ganhar um Glade Toque de Frescor, pra poder fazer o serviço em casa mesmo. Daqui a alguns anos, ele pode ser reconhecido pelas pessoas... “Ei, você não é o menino que queria fazer cocô na casa do Pedrinho?” Pense num trauma. Nunca mais o intestino vai funcionar direito! E nunca o moleque vai conseguir comer uma mulher! Isso sem contar o impacto negativo que o comercial criou na vida dos Pedrinhos em geral. Claro que isso tudo não é do meu interesse. O problema é que a maldita propaganda passa 25 vezes por intervalo comercial, e a voz do garoto repetindo pela zilionésima vez a sua preferência pelo banheiro do Pedrinho me irrita profundamente! Vai logo cagar, moleque!

Galo de briga. Não sei se o problema é ter sobrado muito de australopitecus em alguns espécimes de Homo sapiens. Não sei como Freud classificaria essa necessidade de se engalfinhar em público com outros homens pelas razões mais estúpidas. O fato é que a evolução humana, a habilidade de produzir sinapses e por meio delas escolher o momento em que o instinto deve ser controlado é o que supostamente nos separa do restante dos animais. Eu acredito que existem raras situações que justificam que se perca a compostura. Na maior parte das vezes que se vê um imbecil brigando num bar, entretanto, não existe razão alguma. Um cara esbarrou sem querer no pit bull, ele avança. Alguém olhou pra mulher dele, ele morde. O idiota vê dois desconhecidos brigando, nem imagina o motivo, mas se mete só pelo prazer de distribuir uns sopapos e eventualmente sair com o nariz sangrando. Se for uma questão de prazer, de liberar endorfinas, por que não luta por esporte? Muito mais coerente pagar uma mensalidade e treinar com outros cidadãos que estão na academia pelo mesmo motivo! Será que um pouco de civilidade é uma exigência grande demais?

Obsessão por carros. Acho normal um cara ter uma preocupação extra com seu carro, gastar dinheiro com isso, cuidar, ajeitar e tal. Ninguém vai me chamar de maluca se eu quiser decorar minha casa com objetos não essenciais, mas que me agradem esteticamente. Porém, como tudo na vida, é preciso ter noção de limite. O que dizer de um homem que precisa sair com o carro da mãe e deixar o dele na garagem, porque o seu automóvel, que vale R$ 15.000,00, tem mais de R$ 10.000 em acessórios, e ele tem medo de ser roubado? Ou porque o seu carro está tão rebaixado que não passa numa lombada, e se um guardinha do Diretran pegá-lo, já era? Qual é a lógica de investir toda a sua grana num carro que não pode sair da garagem? E o pior: como o néscio não percebe que eu estou bocejando ao ouvir durante 45 minutos a descrição de cada um dos brinquedinhos que impede seu automóvel de ser móvel? Queria ver se eu passasse horas falando que aquele tom de esmalte só foi possível porque minha manicure passou uma demão de “Atração Fatal” e outra de “Gabriela”; relatando que não resisti à oferta incrível no shopping e acabei comprando dois escarpins do mesmo modelo, em cores diferentes; contando quantas vezes eu já vi cada episódio de Friends; dizendo como eu e minhas amigas nos identificamos com cada cena de Sex and the City; explicando como o pompoarismo mudou minha vida... Ops, esse último tópico provavelmente o fizesse acordar depois do resto do papo. A questão é: tanto homens quanto mulheres têm direito a seus pequenos prazeres assumidamente fúteis, mas podemos, pelamordedeus, conversar sobre assuntos que interessem a ambos? Muito obrigada.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Coisas que me irritam (2ª parte)

Eu me irrito com tanta coisa que chega a ser irritante. Vou ter que dividir o texto mais uma vez, porque acabei acrescentando alguns itens à 2ª parte, que ficou insuportavelmente grande. Vamos lá.

Textos de auto-ajuda. É fácil identificá-los. Geralmente são escritos no modo imperativo: “abrace seus familiares”; “diga ‘eu te amo’ todos os dias”; “pratique exercícios”... “Faça isso”, “leia aquilo”, “baixe a guarda”, “levante a cabeça”, “fuja da rotina”, “encare os desafios”, “esqueça o passado”... Texto pobre do cacete. O cara ficou super emocionado ao ver o vídeo narrado pelo Bial, “use filtro solar”, e pensou: “acho que eu também posso inspirar as pessoas a serem felizes”. E o pior de tudo é que esses palpiteiros que gostam de redigir lições de moral e mensagens “inspiracionais” costumam ser grandes fracassados reclamões! O cara só se fode, ninguém bota fé no trabalho dele, já levou tanto pé na bunda que quase não tem mais nádegas, leva uma vidinha medíocre que oscila entre momentos de depressão profunda e instantes de rasa satisfação, alcançada exclusivamente porque o fulano tem as expectativas mais baixas do mundo. Dá uma vontade de sugerir: “Ei, cara, por que você não se auto-ajuda em vez de querer dizer aos outros como devem viver? Parar de escrever essa merda já é um bom começo!”.

Seinfeld. Não entendo quem gosta. Não vejo graça nenhuma, e olha que eu acho graça até de Frasier e suas piadinhas psicanalíticas. Pra piorar, é um seriado que só tem gente feia. Mais uma vez: e olha que eu gosto de Frasier!

Baba na minha orelha. Uma mordidinha no lóbulo, uma lambida contida? Legal. Explorar meu cérebro com a língua? Péssimo. Verter saliva na minha cavidade auricular? Pedir pra morrer.

Cosméticos de chocolate. Muitas perguntas: quem teve essa idéia? E quem acredita nos efeitos prometidos por um “Seda Chocolate”? E quem suporta aquele cheiro enjoativo na cabeça? Qual será o próximo lançamento da indústria cosmética? Condicionador de chantilly? Devo pôr uma cereja na testa?
Falta de noção. Dispensa explicações (quem tem noção, sabe como é, quem não tem, não entende jamais).
Embalagens difíceis de abrir. De que me adianta o produto ser bom se é inacessível? Ah, que fúria assassina me toma quando aquela fitinha vermelha não funciona! E quando está escrito “abra aqui” mas não tem nenhum picote no local indicado? Só pode ser pegadinha! Cadê as câmeras??? Piada de mau gosto! “Abra aqui... Se for capaz... Muahahaha...” Sempre penso em reclamar ao Serviço de Atendimento ao Cliente, mas claro que a batalha com a embalagem maldita acaba virando uma questão de honra... Quando vejo já destrocei o pacote usando unhas, dentes, facas, tesouras. É uma vitória amarga.

Gente que compra briga, mas não agüenta. Eu tenho consciência de que muitas vezes me coloco na defensiva e que minhas reações podem ser desproporcionais (você me dá um peteleco na orelha e eu arranco sua cabeça com a minha katana). Mesmo consciente disso, não deixo de me irritar com pessoas que me agridem gratuitamente, e depois se sentem mortalmente ofendidas quando eu me defendo. Se o cara é sensível demais pra suportar uma eventual reação, porque não mede antes suas ações? É o clássico “se não agüenta, por que veio?”. Vai chorar, bundão? Então não mexe comigo!