segunda-feira, novembro 21, 2005

Sorry!

Não estou aqui em razão de ameaças que venho sofrendo por parte de amigos desnaturados, mas pelo dever imposto pela minha própria consiência de prestar algum esclarecimento aos meus queridos leitores.
Como bem sabem aqueles que me conhecem um pouquinho que seja, escrever é pra mim mais do que um passatempo e um prazer, é um vício. Entendam, portanto, que estou sofrendo os sintomas de uma grave síndrome de abstinência, porque o meu instumento de saciedade está, mais uma vez, longe de mim.
Meu computador deu pau de novo, dessa vez foi a placa. Não sei bem que placa é essa, mas creio que deve conter a seguinte inscrição: "URUCUBACA FORTE"
Não me culpem, portanto. Culpem o técnico que amplia o prazo de devolução do bichinho a cada dia. "Sexta-feira à noite, no máximo". "Segunda-feira, com certeza". "Só Deus sabe".
Portanto, como so tenho acesso ao fantástico equipamento disponibilizado pela faculdade (que utilizo neste momento com extrema dificuldade, já que algumas teclas precisam ser pressionadas pelo menos 3 vezes pra que algo apareça na tela, sendo que o que aparece nem sempre corresponde ao símbolo gráfico indicado pela referida tecla) ou no meu estágio, local que freqüento com parcimônia (essa semana só quarta-feira à tarde darei o ar da graça), imaginem a quantidade de e-mails aumulada na minha caixa de entrada. Tudo bem que metade é spam, e o restante se divide entre piadinhas sem graça, mensagens positivas, fotos de crianças desaparecidas que já devem estar com 35 anos de idade, e inutilidades de todo tipo. E um ou outro convite a ser, talvez analisado com carinho. Não sei nem porque ainda abro essa porcaria.
E, é claro, como em ambos os locais de acesso à internet super lenta, o Orkut é bloqueado, de modo que eu nem tenho idéia do que anda acontecendo por lá. Já não vejo mais nem razão pra ir pra balada, porque sei que nao vou poder chegar às 4h da manhã e ficar fuçando a vida alheia.
Muito triste. Isso dói, sabe? A sensação de exclusão social, a distância do mundo virtual, a carência de uma necessidade inventada... Está sendo mais difícil que eu imaginava que seria. O que me consola é a TV. A cabo, é claro, porque se além de tudo eu tivesse que assistir à Sessão da Tarde com certeza não teria forças para suportar e sairia de casa... Acabaria me tornando uma dessas pessoas otimistas que vêem graça na vida, que saem pra passear em parques, ouvir o canto dos pássaros (durante o dia, e não voltando da night), observar as flores desabrochando e sentir o sol na pele.
Eu seria facilmente intoxicada pelo pólen e a minha pele não resistiria à exposição aos raios solares depois de tanto tempo de reclusão. Posso até me imaginar murchando no meio do parque, ressecando, e os otimistas bateriam palmas pensando ser uma apresentação de teatro ao ar livre. Gente estúpida.
Vou pra aula agora. Aguardo ansiosamente pelo retorno do meu PC, pra eu poder contar pra vocês, se ainda lembrar alguma coisa, dos Jogos Jurídicos em Poços de Caldas-MG, ou pelo menos o resultado da minha análise: MINEIROS X PAULISTAS X CARIOCAS, bem como suas respectivas técnicas de abordagem num ambiente altamente competitivo.
Fico por aqui, beijos a todos. Torçam por mim. E perdoem a eventual falta de caracteres no texto, a culpa é dessa p*§# de teclado.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Breve relato...

Aliás, breve o catzo, que vocês já me conhecem e sabem que uma coisa que eu não tenho é poder de síntese! Se tem preguiça de ler mais do que 3 parágrafos vá ler gibi da Turma da Mônica (nada contra, eu também leio, hehe)! Então: longo relato de um dia de rotina alterada e maltrato ao meu pobre e vulnerável organismo (se isso é o título imagina o texto).

Antes preciso contar que não trabalhei ontem, nem segunda-feira. Não porque eu seja uma estagiária relapsa, mas o caso é que o meu estágio é o melhor do mundo, e o meu chefe é o melhor do mundo, e os meus colegas são os melhores do mundo. Então nessa semana eu só precisei aparecer hoje à tarde, e volto sexta-feira pra trabalhar o dia todo. Dureza né? Nem sei como tenho tanta disposição!

Então. Ontem acordei às 14h30min, meu recorde em dias de semana sem ter saído na noite anterior. Acordei, fui esquentar o rango, almocei às 15h e passei o resto da minha tarde super produtiva na internet ou assistindo às reprises das séries que estrearam essa semana (na noite anterior eu tinha ficado até às 3 da manhã assistindo, mas não dá pra ver a Sony e a Warner ao mesmo tempo! Porcaria de televisão com recursos limitados!).

Como a mommy tinha planos para a night e para tanto iria utilizar o único meio de locomoção da família, tive que recorrer ao bom e velho (mais velho do que bom) Interbairros I. Considerando que o bicho passa de 40 em 40 minutos e dependendo do engarrafamento e do tempo de parada pro lanche do motorista (!) pode demorar até 50 minutos pra ir do meu bairro até a faculdade, e tendo em vista ainda que eu só saí de casa depois que terminou o episódio (que, diga-se de passagem, eu já tinha visto) de Will & Grace, às 19h30min, foi praticamente um milagre eu chegar a tempo de presenciar os últimos 20 minutos da aula de Ética Profissional, e ainda ganhar 4 presenças (duas de ontem e mais duas de tempos atrás que eu choraminguei pro professor: “Profeee, se eu levar essas duas faltas eu reprovooo”... “Ta bom, Oksana, ta bom”. Quantos pontos eu perco em Ética por essa conduta desavergonhada?).

À tarde algumas amigas haviam tentado me convencer a ir jantar na Batel Grill, convite ao qual eu recusei por: estar sem dinheiro, gorda e sem vontade. Quanto ao 1º motivo, disseram-me, “dinheiro não é problema”. Claro que não, afinal, de problema eu to cheia. Sobre o 2º, garantiram-me: “Você não está gorda, está gostosa”... O 3º não foi problema porque era mentira mesmo. Quando que eu estou sem vontade de me acabar de comer? Hein?

Mas ainda restava a questão da 2ª aula, na qual eu não podia mais ter falta. Pra isso eu deixei um bilhetinho na mesa do professor depois do 5º minuto de aula: “Professor, precisei sair mais cedo em razão de problemas de família, e peço encarecidamente que o Sr. me dê presença! Grata”. Entenda-se: minha família é um tanto problemática, e em razão desses dramas particulares eu compenso minhas carências e desequilíbrios emocionais na compulsão alimentar! Viram? Não menti coisa nenhuma (e minha nota em Ética vai ficando cada vez mais negativa).

Depois do exagero habitual no rodízio, onde ingeri quantidade de carne e massas suficiente pra alimentar uma família por pelo menos uma semana (que pecado! Ainda bem que eu não sou católica e me confesso só no blog mesmo!), pensei que não conseguiria caminhar até o carro da minha amiga, mas resolvi esse problema rolando até o estacionamento. As meninas ficaram botando pilha pra gente ir pra outro lugar, mas eu tinha que acordar cedo hoje pra ir pra aula.

Mas como que eu ia pra casa dormir? Fazia ainda muito pouco tempo que eu estava acordada! Somando isso à minha incapacidade de dizer não... Parti rumo a um destino incerto. O Basset estava fechado, assim como o Moça Bonita, e no Muqifo só tinha um casal... Resolvemos arriscar jogar um charme pra entrar na faixola no John Bull. E não é que deu certo? O segurança arranjou uns convites VIP pra gente. E a noite rendeu pra loira, e eu e a brima ficamos mega satisfeitas com isso (significa a inclusão de um novo assunto na pauta de discussões diárias, porque o “ex” é um tema esgotadíssimo e por demais enfadonho).

Voltei pra casa umas 4h, mas ainda estava sem sono. Fiquei então escrevendo o texto que prometi faz tempo pras amigas do “Metendo o pau”, e depois fuçando em alguns blogs. Às 6h fui tomar banho, deitei às 6h30min e ainda fiquei rolando um tempo na cama: os malditos passarinhos cantando e a luz do sol atrapalharam meu soninho. Anyway, tive que levantar às 8h pra ir pra aula. Na 2ª aula tivemos apresentações de trabalhos, coisa mais desempolgante da história acadêmica, e o profe avisou que não ia fazer chamada. Eu pensei em ir embora, mas o velho Interbairros ia me deixar em casa muito perto da hora do almoço, e nem ia dar tempo de uma soneca.

Como eu tinha combinado de almoçar com o Sinho, resolvi dormir na sala mesmo (carteira desconfortável! Vou reclamar na avaliação semestral da instituição!). Eis que recebo uma mensagem do Sinho avisando que não ia mais almoçar comigo. Tudo bem amore, mas não podia me avisar isso ANTES do meio dia? Quando a aula já tinha acabado e a mommy já estava almoçando com o meu pequeno irmão e não podia me buscar? Considerando que tinha que estar no Tribunal às 13h, não me restava alternativa se não pegar o velho verdão e ir direto sem almoçar. E sem dormir! Imagina o bom humor! Por muita sorte mommy me ligou depois de terminar de almoçar e foi me resgatar (o que seria de mim sem ela?) e fui comendo um sanduba no carro mesmo.

E aqui estou, no fim do expediente, e não pretendo dormir tão cedo. Agora vou pra aula, só pra responder a chamada (esse negócio de aula é pra quem tem dificuldade e minhas notas vão bem, obrigada!), e volto correndo pra casa pra ver o primeiro episódio da 3ª temporada de The OC! Estréia imperdível!!! Tô ansiosa!

Bom, gentemmm, é isso. Agradeço a todos os comentários, peço desculpas por não tê-los respondido, é que ainda não descobri como se faz isso no Haloscan... Ignorante, eu?Beijos,

sexta-feira, novembro 04, 2005

Demorou mas voltei

E o que a gente faz quando o passado bate à nossa porta trazendo consigo uma bagagem de doces lembranças de um futuro que não chegou a existir? Por mais que eu tenha superado, por mais que as causas impeditivas sejam aparentemente intransponíveis e eu mesma duvide, na maior parte do tempo, de algum resquício de desejo em mim, não há como negar que algo aqui dentro se reacende com cara de esperança. Não sou de ferro né? A única coisa que me conforta nessa história toda é perceber, ainda que tardiamente, que eu não pirei sozinha. Que não foi, como algumas pessoas quiseram me convencer, uma ilusão, um amor platônico, um devaneio de mulher carente. Algo de verdadeiro e muito intenso existiu entre nós, não é verdade? Algo que marcou em você tanto quanto marcou em mim, e permanecemos assim, na lembrança um do outro, como um sonho bom que a gente acorda na melhor parte, depois volta a dormir e não consegue mais sonhar de novo. É muito bom saber dessa estranha ligação que ainda nos une depois de tanto tempo, que sinto que de alguma forma sempre vai haver entre nós... Mesmo que a gente ignore, que a gente finja, que a gente lute. Tem gente que passa a vida tentando encontrar esse sentimento, essa conexão que a gente alcançou em uma noite de conversa da melhor qualidade, que a gente fortaleceu com o beijo mais apaixonado do mundo, que a gente alimentou com orgasmos sincronizados, que a gente desperdiçou num até logo que não teve mais volta, numa manhã cinzenta, debaixo de chuva, ouvindo a música que ainda ia virar sucesso. Eu vivo repetindo que nada acontece por acaso, não sei se é porque eu acredito ou porque quero me convencer disso. Será mesmo que estaríamos juntos até hoje se você não tivesse ido? Ou será que você ia descobrir o quanto eu sou chata na TPM, o quanto detesto ser contrariada, e como é grande a minha falta de habilidade pra lidar com críticas? Será que você ia se cansar das minhas manias, ia odiar assistir a seriados e comédias românticas comigo, e eu ia perder a paciência com você tirando sarro do meu time? Será que eu ia deixar de aturar as músicas que você curte, e que você não ia suportar a idéia de me ver dançando funk? Será que você ia achar que minhas amigas só saem pra caçar homem e eu ia achar seus amigos uns bêbados gordos insuportáveis? Será que eu ia cansar das suas lamúrias e você ia se frustrar por não encontrar apoio em mim? Será que você morreria de ciúmes dos meus amigos, ou que eu me afastaria de meus amigos por sua causa e me sentiria, sem eles, incompleta? Será que a gente ainda ia procurar um ao outro na cama depois de uma briga boba porque eu te chamei de velho? Será que nosso amor sobreviveria à rotina? Será que o que nem tempo nem distância foram capazes de apagar esmoreceria diante das mazelas do dia-a-dia? Ou será que a gente ia continuar conseguindo superar todas as dificuldades só pelo fato de saber o quanto é difícil (ia dizer impossível, mas quero crer que não seja) encontrar um encaixe tão perfeito, de corpo, de alma, de risos, de formas de pensar, de mãos, de jeitos de amar? Creio que não chegaremos a descobrir. Nossos caminhos se distanciaram demais, e hoje você não pode abandonar tudo o que há de certo e concreto na sua vida em razão de um “será?”... Eu mesma não arcaria com as conseqüências, é responsabilidade demais pra se embasar num “talvez”. Mas... No fim de todas as nossas tristes conclusões existe sempre um “mas”... Seguido de frases vagas, clichês (se tanta gente usa, deve haver alguma razão)... Nunca se sabe... O mundo dá voltas... A gente não sabe o dia de amanhã... Não cuspa pra cima... Nunca diga nunca... Tudo pode ser... Amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada.