quarta-feira, junho 06, 2007

Ciça Fadinha e outras alucinações

Já que o orkut - maldito seja - não me deixa transformar o scrap de aniversário em depoimento, como Cecílios me pediu, transformo em post.

"Amore mio, já te disse isso hoje, bem no comecinho do seu dia, mas não custa repetir (agora, e mais tarde novamente). FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

Ci, você é tão especial na minha vida que eu nem sei explicar. Não tem nem mais graça enumerar tudo de bom que eu desejo que te aconteça. Também não fica bem escrever em detalhes o que eu gostaria de fazer com as pessoas que eventualmente te magoam (palavras como esquartejamento não são lá muito bonitas).

Mas, enfim, o sofrimento infelizmente é parte integrante da caminhada nessa Terra, então eu desejo que você aprenda rápido as lições que ele tiver pra te ensinar, e que assim ele passe logo. As alegrias, por sua vez, desejo que sejam sempre intensas e duradouras. Então, além de todo o kit-aniversário que você já conhece (saúde, paz, amor, grana, sucesso, alegria, hum... ehmm... você sabe o que mais... etc.) desejo que hoje, ao olhar no espelho, você consiga ver o que eu vejo: que você é linda, dona de uma beleza que vai muito além dos olhos verdes e brilhantes emoldurados pelos cílios mais longos do mundo (espera só até o Guiness te descobrir).

O que há de mais lindo em você não é visível a olho nu, mas não precisa de olhos para ver. Por ser difícil demais de definir e exigir mais caracteres do que o orkut está disposto a me oferecer, vou chamar, simplesmente, de essência. E é por conhecer a sua que eu te amo muito! Minha Ciça Fadinha: parabéns, e grata por você existir!"

Aí está, a minha singela homenagem a uma das minhas melhores amigas nessa vida.

Daqui pra frente, tente acompanhar o texto, porque pretendo mudar bruscamente de assunto a cada parágrafo. Acabei de chegar da baladinha de comemoração do aniversário de Cecílios. Depois de ter ficado acordada até as 4h30min trabalhando no projeto secreto, ter ido trabalhar às 9h... Ok, às 10h, eu confesso. Mas isso é o de menos, porque eu trabalhei muuuuito, e me estressei como de costume. Na verdade acho que preciso dar outro nome pra isso, estresse já não serve mais. Meu trabalho é uma descarga diária de adrenalina, mas o pior (ou o melhor?) é que eu estou gostando.

Até pouco tempo eu achava que a narcolepsia era o distúrbio neurológico que mais combinava comigo. Porém, diante de minha rotina caótica, passei a manifestar graves sintomas da Síndrome de Tourette, especificamente caracterizados pela coprolalia. Em parte, a responsabilidade é da Brunilda, minha querida colega de sala. Quando eu entrei no escritório, inaugurando meu lindo número da OAB, cuja soma dos algarismos dá 9, eu queria apenas ser uma advogada séria e respeitável. Mas a Bruna, com aquela cara de santa, em pouquíssimo tempo de convivência se mostrou uma experta na arte do tabuísmo.

Aliás, está aí uma virtude da qual o Cosmos, injustamente, não me dotou: o dom de ser uma pessoa cruel com aparência cândida. Quase invejo a Bruna...

Então, o que acontece é que não consigo mais pronunciar uma frase referente ao trabalho sem meter (ops) nela alguma obscenidade. É sempre um "p.. que pariu, mais uma p... de uma contestação com a b... da carta de citação juntada com a m... da data retroativa! Car..., só me f... mesmo, viu? Atomanoc... esse cartório filho da p... E esse corno lazarento que não me envia logo as malditas informações do cac...? Apap...quepariu!".

Houve um grande desvio na narrativa, mas pouco importa. De fato, o que interessa é que nesta terça-feira eu trabalhei feito uma camela (mas não tão charmosa), mais calada do que o normal (quase não xinguei) e nem sequer exerci minha função subsidiária de DJ do calabouço. Encerrado o horário de expediente, no entanto, retornei à execução do projeto secreto e consegui terminá-lo somente às 20h30min, quando eu já estava absolutamente solitária no escritório e cada barulho distante soava incrivelmente semelhante a manifestações fantasmagóricas.

Vim para casa, tomei um banho e, após uma produçãozinha básica, fui buscar a Lauandeeeeeeeeeeeeee na casa dela e fomos então para a Eon. Oh, Lord... Música eletrônica em plena terça-feira... O que eu não faço por uma amiga que eu amo?

A grande surpresa, porém, foi que eu me diverti e dancei e me diverti e fui parar no camarote e me diverti e dancei e vi o Eliúd... Huahahahahaha... Que droga, só existe uma pessoa para quem teria graça contar isso, mas eu teria que pedir auxílio a um médium para me comunicar com o além.

Aliás, isso me fez lembrar de domingo passado no Menina dos Olhos. Fila no banheiro feminino e a conversa entre desconhecidas começa a se desenrolar, como de costume. De início, há sempre aquela que toma a iniciativa de se queixar por ter esperado tanto tempo antes de ir ao banheiro e agora ter que ficar torcendo as pernas, e tal. Não sabemos exatamente como esse tópico muda para uma discussão sobre a (má) qualidade da cerveja vendida no local, muito amarga, coisa pra macho mesmo. Da cerveja, não se sabe ao certo como foi que uma das interlocutoras foi parar na questão de só conhecer homens fumantes, e outra reclamar que, ao contrário, não acha um cara que fume, e que o ex-noivo largou dela porque ela não quis abandonar a cerveja e o cigarro.

Uma sai fechando o botão da calça e pergunta: "como é que é?", e aquela começa a explicar: "então, o meu ex, o amor da minha vida... ou melhor, aquele filho da p... desgraçado que eu quero mais é que morra!!!"

E todas caem na gargalhada... Uma grita de dentro da cabine que só chama o seu de falecido, eu explico que, se for muito necessário lembrar que ele existe, refiro-me ao de cujus como "aquele cujo nome não pronunciamos", e antes de chegar a minha vez de fazer xixi ainda ouço uma dizer que o dela é intitulado de "já morreu".

Voltando à noite de hoje, ah, foi ótima mesmo, e de repente eu tive a idéia de ir falar com Eliúd e ver mais de perto aquelas bochechas, contar que eu escrevi no orkut aquelas coisas desagradáveis sobre ele sem ao menos conhecê-lo, mas que foi tudo porque eu estava apaixonada (não por ele, é claro), enfim, a gente perde a noção das coisas. E que agora que eu readquiri a noção anteriormente extraviada, eu gostaria de esclarecer que tudo não passou de uma brincadeira e que eu não queria correr o risco de levar um pandô voador por conta de uma inimizade boba.

Claro que, enquanto eu pensava nisso e ria sozinha, o cara foi embora e eu fiquei lá com Lu, Ci, Mel, as outras amigas monossílabas já tinham ido embora, mas tínhamos ainda Double, Dodô e minha maravilhosa bota com seu salto fino de meio metro de altura e aquela cãimbra que tinha acabado de voltar pro meu pé. Alguém me disse que é falta de banana e eu respondi: "Sabe que até que não? Ah... A fruta... Potássio, entendi". Brincadeirinha gente, isso tudo é só resultado da minha imaginação que não quer me deixar dormir às 5h da manhã...

E no meio de toda a digressão, muitos episódios interessantes ocorreram, os melhores, provavelmente, dentro de minha mente sórdida. O que seria a parte mais deliciosa da narração é sempre impublicável. Humpf. Anyway, o projeto secreto está concluído e agora só resta esperar que ele chegue, lá pelo fim do mês. Muito tempo!

E agora, para a cama, onde passarei as próximas 3 horas. Durante o dia, espero me lembrar de reler este post e decidir apagar tudo, exceto a declaração de amor para Cecílios, antes que mais alguém leia toda essa bobagem.

Beeeeijo, outro, tchau.