sexta-feira, julho 06, 2007

Resultado da votação

Agradeço aos queridos leitores pela participação. Ao todo foram 42 votos, e não me importa se foram 42 pessoas ou se a Bruna usou 3 computadores diferentes pra votar num texto que perdeu.

Aos dois que votaram pedindo para eu parar de escrever (ou seria o único que renovou o IP pra votar novamente?), coincidentemente logo após o webstats ter identificado o acesso de um cliente da Net Vírtua, morador de São Paulo, SP, usuário de Windows XP e Mozilla Firefox 2x, obrigada pela visita!

Os gordinhos largaram na frente, mas o desejo de conhecer outros episódios vexatórios da minha vida fez com que 16 pessoas cruéis votassem no texto a seguir. Espero que gostem. Se não, semana que vem eu publico o dos gordinhos, ok? hehehe

Série “Coisas que só acontecem comigo” – 2º capítulo

Tolos são os que crêem que raios não caem duas vezes no mesmo lugar.

De acordo com informações publicadas no site da Defesa Civil da Prefeitura do Rio de Janeiro (o primeiro que apareceu na minha pesquisa no Google), “não importa qual seja o local, ele pode ser atingido repetidas vezes, durante uma tempestade”. Ainda conforme o texto citado, “o guarda florestal norte-americano Roy Sullivan foi atingido sete vezes durante sua vida. Sofreu pequenas queimaduras, contusões, tombos e roupas rasgadas. Hoje, aposentado, Roy mora numa casa reboque com um pára-raios em cada quina”.

Mas eu não precisava fazer essa breve pesquisa com o objetivo de encontrar subsídio para o que sou capaz de afirmar a partir de minha experiência de vida. Se houve quem ficasse impressionado com os acontecimentos relatados no 1º capítulo da série “Coisas que só acontecem comigo”, provo agora que, uma vez que a sua cabeça seja escolhida como “alvo” pelas misteriosas forças do Cosmos, a tendência é ter os miolos chamuscados muitas e muitas vezes.

Feito esse pequeno intróito esclarecedor, vamos à história. O episódio se passa numa feliz tarde de domingo em que resolvi ir ao cinema com duas amigas. Uma delas passou em casa pra me dar carona, e a outra nos encontraria lá.

Logo que chegamos ao piso do cinema no shopping, eu e minha amiga avistamos, praticamente ao mesmo tempo, um carinha com quem ela teve um breve affair. Detalhe: ele estava de mãos dadas com outra. Imediatamente, e sem que fosse necessária nenhuma palavra, nós duas viramos de costas, de modo sincronizado, e andamos na direção oposta ao casal.

Poucos minutos depois, quando já havíamos encontrado a outra amiga, voltamos ao andar superior e nos dirigimos à fila dos caixas. Ali, enquanto comentávamos o ocorrido e nos perguntávamos se ele teria nos visto ou não, outro casal comprava suas entradas no caixa ao lado.

Qual não foi minha (desagradável) surpresa, quando percebi que o rapazote era justamente aquele com quem eu havia ido ao cinema algumas semanas antes... E claro que ele estava de mãos dadas com outra.

Não tive tempo de disfarçar, de fugir, de me esconder, nem de cavar um buraco, mas como ele fingiu que não me viu, eu fiz o mesmo.

Adquiridos os ingressos, as meninas resolveram comprar pipoca. Implorei com todas as fibras de meu maltratado ser para que resistissem à gula e fôssemos direto para a sala do cinema, afinal o casalzinho estava na fila da pipoca. A essas alturas o ex-affair da minha amiga tinha desaparecido com sua nova menina, e eu era a única ali que podia continuar sendo exposta a um incessante constrangimento.

Preciso dizer que elas não me deram ouvidos e que, quando desisti de reclamar, já estávamos paradas na fila da pipoca fingindo ignorar a presença do casal na fila ao lado?

Uma das duas traidoras que eu ainda insisto em chamar de “amigas” notou que a acompanhante do garoto parecia o rascunho do mapa do inferno, com as pontas queimadas. Resolvi dar uma conferida. Nussa, realmente, a criatura parecia estar do lado avesso, e justamente no momento em que eu ia dizer que já estava me sentindo melhor... Meus olhos se arregalaram, virei de costas imediatamente e proferi algumas obscenidades, amaldiçoando o destino que insiste em me torturar.

As meninas tentavam entender o que se passava comigo. Afinal, o que poderia ser pior do que dar de cara com o menino que tinha me levado ao cinema semanas antes quando ele levava sua nova vítima ao mesmo lugar?

Sim, é claro que havia uma coisa pior. Logo atrás do já referido casal, havia um cara com quem eu também já fiquei. E, CLARO, ele também estava de mãos dadas com outra.

AH, FALA SÉRIO, MEU!!! QUE É ISSO? QUE PERSEGUIÇÃO!!!

Dois no mesmo dia? No mesmo cinema? No mesmo horário?

Creio que seja desnecessário comentar que - OBVIAMENTE - os dois casais haviam comprado ingressos para o MESMO filme que eu, e que um deles sentou-se duas filas à minha frente, e o outro, na fila de trás.

Dava pra ouvi-los mastigar a pipoca.

Juro que eu não sou promíscua, a culpa é dessa maldita cidade-província onde todo mundo se conhece e faz o mesmo tipo de programas!

Ainda bem que era uma comédia (bem como minha vida social), caso contrário eu teria chorado.

Enfim, assim como Joseph Climber jamais desanima diante das vicissitudes, ciente de que “a vida é uma caixinha de surpresas”, eu também não deixo de persistir nos tortuosos caminhos que conduzem a situações tragicômicas como essa.

É certo que traumatiza um pouco, mas não serei como o guarda Roy! Se minha cabeça virou pára-raios, fazer o quê? Afinal, quem está na tempestade é pra se tostar!




















Beijos