quarta-feira, março 04, 2009

Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida...

Hey, pípou, how u doin?


Quem leu o derradeiro post sabe que eu ando tentando abraçar o mundo, e a consequência (ih, ah lá: sem trema! É, gente, estou me entregando) mais direta disso é o meu corpinho dolorido que sente. Sim, porque o mundo é enoooorme, e não é fácil assim conquistá-lo de uma só vez.


Então. Aí o que acontece é que eu tenho sofrido muito e dormido pouco – porque a agenda lotada reserva pouquíssimas horas para essa bobagem que é o sono – e mal. São tantas e tantas preocupações rondando essa mente atordoada que eu passo algumas horas me virando na cama como se ela estivesse coberta de pregos e eu fosse um faquir meio gordinho, sabe como?


Essa noite resolvi investir numa solução fácil sugerida por duas amigas: um fantástico item farmacológico que, segundo elas, faz uma criatura humana (esse blog não apoia testes em animais) adormecer em poucos minutos. E o melhor é que elas me asseguraram que eu acordaria numa boa e não passaria o dia todo feito uma letárgica abobalhada.


Vamos aos resultados: primeiro que eu não adormeci em poucos minutos. Fiquei ali algum tempo com meu pequeno cérebro tentando resistir bravamente àquele agente intruso que queria colocá-lo em stand-by. Enfim, o efeito demorou, mas chegou. O barulho da rua não me incomodou, nem o excesso de calor, nem acordei às 4h30min da manhã pensando nas contas vencidas e olhando em volta na penumbra à procura de algum objeto que possa ser vendido no Mercado Livre.


O único problema ocorreu quando meu celular gentilmente me despertou hoje pela manhã, e eu decidi reprogramá-lo para uma soneca de uns 60 minutinhos, mas simplesmente não conseguia abrir meus olhinhos. Complicado. As pálpebras superiores estavam pesando uns 80kg cada uma e, como eu não estou habituada a praticar musculação ocular, senti uma certa dificuldade.


Vencido esse momento de crise, consegui de alguma forma surpreendente chegar ao escritório e passar as últimas horas tentando fazer algo que preste, mas meu pequeno cérebro continua se recusando a voltar à atividade.


O mais impressionante de virar uma letárgica abobalhada após a ingestão de um RELAXANTE MUSCULAR é o fato de continuar com dores musculares, né não?


Mudando um cadinho de assunto, sabe que dia tá chegando? Hein? Hein? O do meu vigésimo sétimo aniversário. Escrito assim por extenso dá uma noção mais real do tamanho da coisa.


A cada ano que passa, aquela crise pré-aniversarial aumenta um pouco mais. O dia vai se aproximando e, não sei se é o inferno astral, se é a consciência da velhice ou o que, mas rola uma melancolia inevitável. Não dá vontade nenhuma de organizar uma festa, fazer reservas, convidar pessoas, blá blá blá. Por outro lado, é evidente que se eu deixar passar em branco e as pessoas não adivinharem milagrosamente os meus anseios secretos por um pouco de atenção, é bem possível que essa doce melancolia se transforme numa depressão profunda e suicida ou numa fúria incontrolável e homicida.


Mas também faz um tempo que eu tenho pensado que festas de aniversário parecem meio bobas. Qual é o sentido de comemorar um dia que acontece todo ano independentemente da minha vontade? "Eeeeeeeee, parabéns, mais 365 dias, hein?" Uma coisa é quando a pessoa tem lá seus 90 anos de idade, aí sim, rola um “parabéns, escapou da Dona Morte por mais um ano, hein, seu velho malandro?”.


Em contrapartida, paro pra pensar nesse trânsito insano, na poluição, no calor duzinfernos, no estresse, na falta de educação das pessoas, na gordura trans, no mau olhado, nas dores musculares, na automedicação, no excesso de trabalho, no formol na cabeça (viva a escova progressiva), na violência urbana, nos agrotóxicos, na TV aberta, nas pessoas sórdidas que colocam drogas onde a gente menos espera (acho inclusive que colocaram drogas no meu relaxante muscular)... São tantos os perigos que enfrentamos diariamente que, de fato, sobreviver nesse mundão é uma vitória que merece ser celebrada.


Pensando nisso enquanto espalho um gel creme de diclofenaco dietilamônio nos meus ombros doloridos (agora que eu entendo aquela nostalgia do Casimiro de Abreu), decidi: vou sim comemorar o meu aniversário. Só não sei quando, já que quinta-feira (dia 12) terei aula de espanhol, depois trabalho e por fim aula sei lá do que na pós. E também não dá pra ser no final de semana posterior, já que estarei viajando (presente da e do ). Então acho que vou deixar para o ano que vem. Brincadeira. Vai ter que ser nesse final de semana, embora não seja tão legal comemorar antecipadamente (vai que por algum motivo eu não chego lá). Também não sei onde, porque aquela preguiça de telefonar, fazer reservas, convidar pessoas, enfim, permanece. Saiba, portanto, que nesse final de semana, em algum horário, em algum lugar, estarei festejando mais um ano de vida e esperando por você, viu? Se sua bola de cristal falhar e rolar um desencontro, vale pelo menos um recadinho, um telefonema, um scrap, uma mensagem de fumaça, um e-mail, um presente, um SpaceFox Sportline Vermelho, essas coisas.


12 de março, ok?


Beijo, outro, tchau.